domingo, 12 de maio de 2013

A animação é uma longa espera


A animação é uma longa espera…

Nos últimos tempos, me dei conta do longo caminho que percorri com a animação.  Lembro-me como foi incrível folhear um flipbook – vendo aquele “boneco” mexer, folha por folha, dando a ilusão de movimento. A “longa espera” de desenhar quadro-a-quadro, depois filmar os desenhos no vídeo animation despertou uma paixão. Em 1989, quando iniciei minha carreira, vi que era animação o que queria fazer, apesar de quando estudava queria trabalhar com Histórias em Quadrinhos.

Comecei com lápis, papel e uma mesa de luz! Com o passar dos anos, as ferramentas de trabalho foram mudando. Hoje, a Cintiq substitui a mesa de luz. Também gosto de usar a tablet. Volto a ser criança com um App no IPad que é possível desenhar com o dedo. Para mim, é voltar ao tempo de quando me desafiava desenhando no escuro ou de cabeça para baixo.

Hoje as produções são mais rápidas por causa de vários programas (Adobe Photoshop, Toom Boom, TV Paint, Flash, Maya, entre outros). Muitos desses programas entregam o desenho pronto. O que diferencia é o conhecimento da animação clássica. Na mesa de luz precisamos saber interpretar um desenho ao outro. Temos de tomar cuidado para não deixar um desenho pronto sem “interpretação” e sem alma. Acompanhei o final do acetato e o início do uso de computadores.

Pré-história - Primeiro desenhávamos no papel, depois o desenho era fotocopiado no acetato.  Virávamos o acetato ao contrário e pintávamos. Havia vários tipos de tinta. Depois de seco, ele ia para uma mesa chamada Tabletop onde já estava um cenário pronto, que na época era feito por aerógrafo. Os acetatos eram colocados um por um neste cenário para ser filmado quadro-a-quadro na tabletop.

 


Depois veio o Flash. Fazíamos animações para sites no final dos anos 90. Ainda desenhávamos no papel, na mesa de luz. Os desenhos eram escaneados para serem animados. Tínhamos a preocupação de não animar muito para que as imagens não ficassem muito pesadas e fossem difícil para carregar a página web.
Dos programas que mais gosto de usar é o Adobe Photoshop porque os pincéis são diversificados. Não é um programa burocrático. Prefiro animar no photoshop porque tenho a sensação que estou na mesa de luz e tenho mais liberdade de trabalhar da maneira que eu quero. Já o que me encanta no Toom Boom é a velocidade que ele dá para produzir uma série de desenho animado em 2D digital porque ele faz a trajetória do primeiro ao último desenho – poupando trabalho.

 

sábado, 11 de maio de 2013

Série de Animação

Para uma série animação funcionar tem de ser como uma família. Tive a sorte de trabalhar nas duas temporadas de "Gui e Estopa" onde trocávamos muitas ideias e, inclusive, risadas. Até mesmo de animador passei a ser personagem animado...





Storyboard, assistente de animação e animador
“As Aventuras de Gui e Estopa”, Mariana Caltabiano (2010-2012), Cartoon Network
O protagonista da série é o cachorrinho Gui, que é o melhor amigo de Estopa. Ele é apaixonado por Cróquete e tem medo do Pitiburro e da Fifivelinha.






Longa-metragem


Assistente de Animação
O menino e o mundo, Alê Abreu 
Estúdio: Filme de Papel


Um menino de cinco anos vive com seus pais em um pequeno vilarejo. Ele vê seu pai embarcar em um trem rumo à cidade, mas os dias passam sem que ele volte para casa. Angustiado pela espera, Cuca parte em busca de seu pai numa jornada de surpreendentes revelações sobre o mundo a sua volta.





Assistente de animação
Brasil Animado (2011), Mariana Caltabiano
Estúdio: Mariana Caltabiano Criações


Uma dupla de cachorros chamados Stress e Relax são o extremo oposto um do outro. Eles partem em busca do jequitibá-rosa, a árvore mais antiga do Brasil. Só que eles não sabem em que cidade ela está. Enquanto Relax só pensa em se divertir e conhecer a cultura de diferentes partes do Brasil, Stress fica cada vez mais ansioso para encontrar o jequitibá, já que espera ficar rico vendendo lembrancinhas da árvore.
Foi o primeiro filme brasileiro a ser captado e exibido em 3D estereoscópico.



Assistente de animação e intervalação.
Garoto Cósmico (2007), Alê Abreu
Estúdio: Filme de papel



Sinopse: Cósmico, Luna e Maninho são crianças de um mundo futurista, onde as vidas são totalmente programadas. Certa noite, buscando mais pontos para obterem um bônus na escola, os três perdem-se no espaço e descobrem um universo infinito, esquecido num pequeno circo. Depois de muita brincadeira e tantas novas experiências, o mundo da programação envia um representante especial para resgatá-los. É hora de escolherem seus próprios caminhos.
O filme participou de festivais em diversos países. Além de salas brasileiras, o longa-metragem foi exibido na Índia e na Venezuela.



Assistente de animação
Cinegibi, o filme – Turma da Mônica (2004)
Estúdios Maurício de Souza
Sinopse: Franjinha decide ler gibis de uma forma diferente, com os quadrinhos em movimento. Para tanto ele decide inventar um liquidificador gigante, que engole revistas em quadrinhos e as projeta na forma de filmes. Animados com a possibilidade de verem suas aventuras nos quadrinhos no cinema, os personagens da turma da Mônica convidam amigos da vida real e se preparam para a grande estreia.




Alguns curtas...


Fazer curta-metragem é uma escola porque você se prepara para fazer um longa em vários sentidos: desde o roteiro à finalização. Para mim, foi gratificante trabalhar com diferentes diretores.



Animador

“Miss Dollar”, Silvia Prado (2013)

Estúdio: Cinema Animadores

Animação Digital: Toom boom


Câmera

“Passo”, Alê Abreu (2007). 4 minutos.

Sinopse: Um pássaro e sua gaiola.

O curta recebeu menção Honrosa no Animacor (Festival Europeu de Animação) e participou da 34ª edição do Curta nas Telas.




Clean up

“A lasanha assassina”, Ale McHaddo (2002). 8 minutos

Sinopse: Uma Lasanha foi esquecida no interior de um congelador com defeito, a baixa temperatura e os gases do aparelho causaram uma mutação e lhe deram vida, transformando-a em um monstro revoltado. A história é apresentada por Zé do Caixão e é uma sátira com citações relacionadas ao cinema de terror.

Em 2002, o curta ganhou o Júri Popular no Festival de São Carlos como melhor animação. No ano de 2003, foi o melhor curta de animação da
Mostra de Cinema de Tiradentes, na Academia Brasileira de Cinema e no Festival de Varginha.  Também ganhou como melhor direção em curta de animação no Cine PE e melhor filme no júri popular no Festival de Goiânia (ambos em 2003).






Intervalação

“Espantalho”, Alê Abreu (1998). 10 minutos.

Sinopse: As lembranças de uma senhora se misturam com as descobertas de uma menina apaixonada por um espantalho.

Espantalho recebeu diversos prêmios, entre eles, melhor animação no Festival de Cinema do Recife (1998), melhor filme nacional no Anima Mundi SP e Anima Mundi RJ (1998). Depois foi reeditado pelo diretor, acompanhando a música "Não me deixe só", de Vanessa da Mata.





Intervalação

“Sírius”, Alê Abreu (1993)

Sinopse: Um menino de rua perambula pelas ruas da cidade na noite de Natal. Seus sonhos em choque com a dura realidade.

Premiado pela UNICEF no Festival Internacional de Cine para Niños y Jovenes - Divercine (1994) e como melhor filme no júri oficial e infantil. Prêmio de melhor direção de arte no Imagem Mágica (1993) e melhor filme de animação no Jornada de Cinema da Bahia em 1994.






Alguns projetos pessoais



Argumento, roteiro, direção de arte, animação e montagem
“O tempo todo” (2009), 7 minutos
Sinopse: Daisen busca seu ideal. Animação ambientada em São Paulo.
Roteiro: Daniel Pudles e Ricardo Faller - Música: Renato Mundt
Animação clássica



Argumento, roteiro, direção e animação
“Ultimamente” (2007), 4 minutos
Sinopse: Uma mulher está descobrindo sua essência.
Edição e som: Renato Mundt
Animação clássica


Direção e animação
“Jogos Panamericanos Rio 2007”
Sinopse: homenagem aos atletas brasileiros.
Edição: Renato Mundt
Animação clássica



Videoclipes


Quando estava fazendo a animação do "Colombina", usava uma costeleta enorme, igual a do Ed Motta. Também estava um pouco gordinho... Alguns colegas brincavam que iriam me usar como model sheet! 
Já na animação do "Na quarta casa em outra direção”, parecia que estava na academia fazendo exercício. Esse projeto foi bem diferente, em vez de desenhar no papel ou no computador, desenhei em um vidro: frame a frame. 
Cada desenho foi fotografado para depois animar. Em mais de 12 horas, fiquei agachando e levantando, para desenhar e dar espaço para tirar as fotografias até terminar a animação. Detalhe: o "estúdio" era o apartamento, no Copan, do vocalista da banda e meu amigo infância Ricardo Faller. Ainda bem que nesta época eu já tinha emagrecido...

Animação
 “Colombina”, Ed Motta  (2001)
Direção: Christiano Metri
Estúdio: Cinema Animadores
Animação clássica



Animação 
“Na quarta casa em outra direção”, Banda Água Pesada (2012)
Guitarra e voz: Ricardo Faller
Guitarra: Fábio Domingues
Animação clássica.












sexta-feira, 10 de maio de 2013

Publicidade e Propaganda


Comecei minha carreira trabalhando em estúdios de animação nos anos 90. Primeiro, trabalhei na Briquet Filmes, depois na Start, Designers, Animation e Estúdio T. Foi lá que aprendi os primeiros conceitos para animar: força, peso e equilíbrio. Tive a oportunidade de participar de bons projetos e aprender com profissionais de êxito. 
Tive a sorte de começar em uma época de mudanças: peguei o final dos trabalhos feitos em acetato e o início dos primeiros programas de animação.  O forte era a propaganda, pois no Brasil ainda não se falava em séries de animação.
  
Entre os projetos os quais fui assistente de animação, esses foram os que se destacaram:

- Cepacol “Bond de Boca” 

 

- Kellogg’s 

-Toddynho 



Milky Bar